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Olavo Bilac, in "Poesias" - Em uma Tarde de Outono

Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas  Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.  Outono... Rodopiando, as folhas amarelas  Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...  Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,  Visitaste este mar inabitado e morto,  Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,  Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?  A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos  A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...  Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!  E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,  E contemplo o lugar por onde te sumiste,  Banhado no clarão nascente do arrebol...  Olavo Bilac, in "Poesias"   Título: Em uma Tarde de Outono Brasil - 1865 // 1918  Poeta/Jornalista 

Olavo Bilac, in "Poesias" - Velhas Árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas  Do que as árvores novas, mais amigas:  Tanto mais belas quanto mais antigas,  Vencedoras da idade e das procelas...  O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas  Vivem, livres de fomes e fadigas;  E em seus galhos abrigam-se as cantigas  E os amores das aves tagarelas.  Não choremos, amigo, a mocidade!  Envelheçamos rindo! envelheçamos  Como as árvores fortes envelhecem:  Na glória da alegria e da bondade,  Agasalhando os pássaros nos ramos,  Dando sombra e consolo aos que padecem!  Olavo Bilac, in "Poesias"   Título: Velhas Árvores Brasil - 1865 // 1918  Poeta/Jornalista