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Affonso Romano de Sant'Anna - Frases

 Não amo melhor nem pior do que ninguém. Do meu jeito amo. Affonso Romano de Sant'Anna - Frases

Affonso Romano de Sant’Anna - Frases

 Preciso do teu silêncio cúmplice sobre minhas falhas. Não fale. Affonso Romano de Sant’Anna 

Affonso Romano de Sant’Anna

Duas ou três coisas que eu sei da vida Posso até te aconselhar Antes de mais nada esqueça os conselhos E deixa o coração mandar Duas ou três coisas que eu sei da estrada Posso até te sugerir Não vai pela sombra não, deixa o dia Deixa a luz te colorir Quem já viajou no bonde do sonho Sabe onde ele vai parar Salta muito antes do fim da linha Na curva do mar Duas ou três coisas que eu sei do mundo Eu podia te ensinar Mas cada mergulho é um Vá bem fundo e aprenda logo a nadar Duas ou três coisas guardo comigo Que eu podia te contar Mas quem tá com deus não corre perigo Vá onde o vento te levar Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: Duas  ou Três  coisas Blog Poema & Versos Fonte:  http://versoeprosapoemas.blogspot.com.br/

Affonso Romano de Sant’Anna - Reflexivo

O que não escrevi, calou-me. O que não fiz, partiu-me. O que não senti, doeu-se. O que não vivi, morreu-se. O que adiei, adeus-se. Autor :  Affonso Romano de Sant’Anna   Titulo:  Reflexivo                                              Blog Poema & Versos

Affonso Romano de Sant’Anna - Fascínio

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Casado, continuo a achar as mulheres irresistíveis. Não deveria, dizem. Me esforço. Aliás, já nem me esforço. Abertamente me ponho a admirá-las. Não estou traindo ninguém, advirto. Como pode o amor trair o amor? Amar o amor num outro amor é um ritual que, amante, me permito. Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: Fascínio Blog Poema & Versos

Affonso Romano de Sant’Anna - Cena Familiar

Densa e doce paz na semiluz da sala. Na poltrona, enroscada e absorta, uma filha desenha patos e flores. Sobre o couro, no chão, a outra viaja silenciosa nas artimanhas do espião. Ao pé da lareira a mulher se ilumina numa gravura flamenga, desenhando, bordando pontos de paz. Da mesa as contemplo e anoto a felicidade que transborda da moldura do poema. A sopa fumegante sobre a mesa, vinhos e queijos, relembranças de viagens e a lareira acesa. Esta casa na neblina, ancorada entre pinheiros, é uma nave iluminada. Um oboé de Mozart torna densa a eternidade Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: Cena Familiar Blog Poema & Versos

Affonso Romano de Sant’Anna - Despedidas

Começo a olhar as coisas Como quem, se despedindo, se surpreende com a singularidade que cada coisa tem de ser e estar. Um beija-flor no entardecer desta montanha a meio metro de mim, tão íntimo, essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices, a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas quanto mais habito a noite! Nada mais é gratuito, tudo é ritual Começo a amar as coisas com o desprendimento que só têm os que amando tudo o que perderam já não mentem. Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: Despedidas Blog Poema & Versos

Affonso Romano de Sant’Anna - Silêncio Amoroso -2

Preciso do teu silêncio cúmplice sobre minhas falhas. Não fale. Um sopro, a menor vogal pode me desamparar. E se eu abrir a boca minha alma vai rachar. O silêncio, aprendo, pode construir. É um modo denso/tenso - de coexistir. Calar, às vezes, é fina forma de amar. Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: Silêncio Amoroso -2 Blog Poema & Versos

Affonso Romano de Sant’Anna - Arte-final

Não basta um grande amor para fazer poemas. E o amor dos artistas, não se enganem, não é mais belo que o amor da gente. O grande amante é aquele que silente se aplica a escrever com o corpo o que seu corpo deseja e sente. Uma coisa é a letra, e outra o ato, quem toma uma por outra confunde e mente. Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: Arte-final

Affonso Romano de Sant’Anna- Catando os Cacos do Caos

Catar os cacos do caos como quem cata no deserto o cacto - como se fosse flor. Catar os restos e ossos da utopia como de porta em porta o lixeiro apanha detritos da festa fria e pobre no crepúsculo se aquece na fogueira erguida com os destroços do dia. Catar a verdade contida em cada concha de mão, como o mendigo cata as pulgas no pêlo - do dia cão. Recortar o sentido como o alfaiate-artista, costurá-lo pelo avesso com a inconsútil emenda à vista. Como o arqueólogo reunir os fragmentos, como se ao vento se pudessem pedir as flores despetaladas no tempo. Catar os cacos de Dionisio e Baco, no mosaico antigo e no copo seco erguido beber o vinho ou sangue vertido. Catar os cacos de Orfeu partido pela paixão das bacantes e com Prometeu refazer o fígado - como era antes. Catar palavras cortantes no rio do escuro instante e descobrir nessas pedras o brilho do diamante. É um quebra-cabeça? Então de cabeça quebrada vamos sobre a parede do nada deixar gravada a emoção Cacos de mim Cacos do não C

Affonso Romano de Sant’Anna - O Amor e o Outro

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Não amo melhor nem pior do que ninguém. Do meu jeito amo. Ora esquisito, ora fogoso, às vezes aflito ou ensandecido de gozo. Já amei até com nojo. Coisas fabulosas acontecem-me no leito. Nem sempre de mim dependem, confesso. O corpo do outro é que é sempre surpreendente. Autor: Affonso Romano de Sant’Anna Titulo: O Amor e o Outro (O lado esquerdo do meu peito: livro de aprendizagens. Rio de Janeiro: Rocco, 1992. p. 104) Blog Poema & Versos