Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poética' - Lusitânia Querida


Lusitânia querida! Se não choro 
Vendo assim lacerado o teu terreno, 
Não é de ingrata filha o dó pequeno; 
Rebeldes julgo os ais, se te deploro. 

Admiro de teus danos o decoro. 
Bebeu Sócrates firme seu veneno; 
E em qualquer parte do perigo o aceno 
Encontra e cresce o teu valor, que adoro. 

Mais que a vitória vale um sofrer belo; 
E assaz te vingas de opressões fatais, 
Se arrasada te vês, sem percebê-lo. 

Povos! a independência que abraçais 
Aplaude, alegre, o estrago, e grita ao vê-lo: 
"Ruína sim, mas servidão jamais!" 


Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poética' 
Portugal -
1750 // 1839 - 
Poeta/Pedagoga 
Título: Lusitânia Querida

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