Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poética' - Vai a Fresca Manhã Alvorecendo

Vai a fresca manhã alvorecendo, 
vão os bosques as aves acordando, 
vai-se o Sol mansamente levantando 
e o mundo à vista dele renascendo. 

Veio a noite os objectos desfazendo 
e nas sombras foi todos sepultando; 
eu, desperta, o meu fado lamentando. 
fui coa ausência da luz esmorecendo. 

Neste espaço, em que dorme a Natureza. 
porque vigio assim tão cruelmente? 
Porque me abafa ó peso da tristeza? 

Ah, que as mágoas que sofre o descontente, 
as mais delas são faltas de firmeza. 
Torna a alentar-te, ó Sol resplandecente! 


Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poética' 

Portugal - 
1750 // 1839 - 
Poeta/Pedagoga 
Título: Vai a Fresca Manhã Alvorecendo

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