Pedro Salinas (1891-1951) - Sin Título

 Para vivir no quiero
islas, palacios, torres.
¡Qué alegría más alta:
vivir en los sobrenombres!
Quítate ya los trajes,
las señas, los retratos;
ya no te quiero así,
disfrazada de otra,
hija siempre de algo.
Te quiero pura, libre,
irreductible: ni tú.
Sé que cuando te llame
entre todas as gentes
del mundo,
sólo tú serás tú.
Y cuando me preguntes
quién es el que te llama,
el que te quiere suya,
enterraré los nombres,
los rótulos, la historia.
Iré rompiendo todo
lo que encima me echaron
desde antes de nacer.
Y vuelvo ya al anónimo
eterno del desnudo,
de la piedra, del mundo,
te diré:
“Yo te quiero, soy yo”.

           De La voz a ti debida, 1934


Autor: Pedro Salinas
Titulo: Sin Título


Tradução




       Tradução de Antonio Miranda


Para viver não quero
ilhas, palácios, torres.
Que alegria mais alta:
Viver nos apelidos!
Retira já os trajes,
as senhas, os retratos;
já não te quero assim,
disfarçada de outra,
filha sempre de algo.
Te quero pura, livre,
Irredutível: nem tu.
Sei que quando te chame
entre outras pessoas
do mundo,
só tu serás tu.
E quando me perguntares
quem é que te chama,
o que te quer sua,
enterrarei os nomes,
os rótulos, a história.
Irei rompendo tudo
o que encima me puseram
desde antes de nascer.
E volto já anônimo
eterno da desnudez,
da pedra, do mundo,
te direi:
“Eu te amo, sou eu”. 

           De La voz a ti debida, 1934



Autor: Pedro Salinas
Titulo: Sem Titulo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Manuel Alegre - Coisa Amar

Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poética' - Eu Cantarei um Dia da Tristeza