Angel Crespo - Vida del Poema


Para conservar un poema
hay que ponerlo a la intemperie,
sobre todo cuando graniza
mejor que cuando Ilueve.


No hay que quardarlo entre algodones
en un cofre o en una caja:
mejor que en las aceras,
hay que dejarlo en la calzada.


En vez de bajar a la calle
y depositarlo en el suelo,
deben abrirse las batientes
y arrojarlo sin miedo.


Entonces, cuando es un poema
y no es una flor fría,
lo podremos recuperar
le entre las ruedas que lo pisan.


Sentiremos entonces
lo que suele sentir tu mano:
algo que es a la vez
descomunal y delicado


Tradução


Para conservar um poema
há que expô-lo à intempérie,
sobretudo quando neva
melhor que quando chove.


Não há que guardá-lo entre algodões
num cofre ou numa caixa:
melhor que no passeio público,
há que deixá-lo na calçada.


Em vez de ir até à rua
e depositá-lo no chão,
devem abrir-se em batente
e arremessá-lo sem medo.


Então, quando é um poema
e não uma fria flor,
podemos recuperá-lo
dentre a rodas que o esmagam.


Sentiremos então
o que a mão costuma sentir:
algo ao mesmo tempo
descomunal e delicado.


Autor:Ángel Crespo
Titulo:Vida del poema

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Manuel Alegre - Coisa Amar

Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poética' - Eu Cantarei um Dia da Tristeza